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Título: Por universidades públicas promotoras do diálogo humanizador : contribuições a partir das perspectivas teóricas decolonial e dialógica
Autor(es): Novaes, Rafaella Eloy de
E-mail do autor: rafaellaeloy@unb.br
Orientador(es): Oliveira, Maria Cláudia Santos Lopes de
Assunto: Decolonialidade
Extensão universitária
Dialogismo
Freire, Paulo, 1921-1997
Data de publicação: 2-Mai-2021
Referência: NOVAES, Rafaella Eloy de. Por universidades públicas promotoras do diálogo humanizador: contribuições a partir das perspectivas teóricas decolonial e dialógica. 2023. 185 f., il. Tese (Doutorado em Psicologia do Desenvolvimento e Escolar) — Universidade de Brasília, Brasília, 2023.
Resumo: Importantes conquistas como as cotas para negros, indígenas e estudantes de escolas públicas, a implantação de um sistema universal de acesso às universidades, por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), juntamente com a criação de novos campi e universidades em locais onde não havia tais instituições, favoreceram a inclusão de membros de grupos historicamente marginalizados no cenário do Ensino Superior público brasileiro. No entanto, não eliminaram as variadas formas de exclusão que nele podem ocorrer. Tornar o ambiente universitário favorável à integração daqueles(as) que dele participam é um dos grandes desafios das universidades na atualidade, compartilhado por todos(as) que acreditam no seu potencial transformador de sujeitos e sociedades. Tendo em vista que o desenvolvimento humano ocorre por meio da relação de constituição bidirecional sujeito/cultura, o escopo deste estudo foi compreender, nas perspectivas teóricas decolonial e dialógica, a partir das narrativas e atuações negociadas no contexto de uma ação de extensão/intervenção, de que modo os percalços no percurso acadêmico de estudantes universitários(as), oriundos de grupos historicamente marginalizados do Ensino Superior, estão relacionados a processos de desumanização/colonialidade. A ação de extensão/intervenção foi composta de catorze encontros dialógicos (sendo, sete rodas de conversa na modalidade remota e sete oficinas estéticas presenciais). Envolveu nove discentes de uma instituição universitária pública, com idades entre 20 (vinte) e 48 (quarenta e oito) anos, entre eles(as), alguns(mas) com sérias dificuldades acadêmicas, a pesquisadora, um bolsista extensionista graduando em Psicologia, amigos(as) e familiares dos(as) discentes que, eventualmente, participaram de alguns encontros. Ao término da ação, foi realizada uma entrevista com uma participante da intervenção que passou por um processo de desligamento e reintegração acadêmica e esteve ativamente engajada na ação extensionista. Os indicadores empíricos foram reunidos e organizados em duas dimensões de análise entrelaçadas: uma institucional e outra pessoal. A primeira compreendeu a análise e discussão dos significados co-construídos por todos os membros integrantes da ação de extensão/intervenção, inclusive a pesquisadora, a respeito da cultura universitária, com ênfase nas tensões e fricções inerentes às práticas e relações cotidianas. Os dados foram sistematizados em quatro cenários, evidenciando as tensões, ambiguidades e ambivalências inerentes à polifonia do grupo: 1) discentes extensionistas e docentes na sala de aula e em outros espaços de ensinoaprendizagem; 2) discentes extensionistas e colegas na sala de aula e em outros espaços de convivência da universidade; 3) discentes extensionistas nos coletivos estudantis e em outros espaços de participação política da universidade e 4) discentes extensionistas, amigos(as) e familiares: na fronteira universidade e sociedade. A segunda dimensão é um estudo de caso sobre a estudante entrevistada. Inicialmente, foi feita uma caracterização da discente e, posteriormente, expostas as análises de seus processos de desenvolvimento. A ação de extensão/intervenção, construída de forma solidária com os(as) envolvidos(as) e comprometida com o diálogo de sujeitos e saberes, favoreceu que se visualizasse não somente as narrativas de sucesso e emancipação, o “lado A”, celebratório, vinculado à ideia de modernidade profundamente arraigada nas universidades, mas também o seu “lado B”, obscuro, antidialógico e preconceituoso que colabora para promover a desumanização/colonialidade. Mais importante, a segunda dimensão atesta que a participação ativa na ação extensionista possibilitou à discente extensionista entrevistada, a emergência de uma atitude decolonial, caracterizada pela produção de novos significados frente às ambivalências instauradas. Mais aberta ao diálogo, respeitosa consigo mesma e responsável – em suma, agentiva, em coerência com o futuro por ela imaginado, a discente extensionista entrevistada assume que ocupará a universidade, a despeito dos silenciamentos e exclusões. Os dados demonstraram que o fomento de práticas dialógicas nas universidades públicas favorece a humanização e, concomitantemente, pode contribuir com a integração de parte dos(as) estudantes oriundos(as) de grupos historicamente excluídos do Ensino Superior, como os(as) que co-construíram este estudo.
Abstract: Important achievements such as quotas for black, indigenous, and for students from state high schools, the implementation of a universal system of access to universities through the National High School Exam (ENEM), along with the creation of new campuses and universities in places where there were no such institutions, have favored the inclusion of members of historically marginalized groups in the Brazilian public higher education landscape. However, they have not eliminated the various forms of exclusion that can occur in public higher education in Brazil. Making the university environment favorable for the integration of those who participate in it is one of the great challenges of universities today, shared by all those who believe in their potential to transform individuals and societies. Taking into account that human development occurs through the bidirectional relationship between subject and culture, the scope of this study was to understand, from decolonial and dialogic theoretical perspectives, from the narratives and performances negotiated in the context of an extension project/intervention research, in what way the mishaps in the academic path of college students—coming from groups historically marginalized from higher education—are related to processes of dehumanization/coloniality. The project/intervention was composed of fourteen dialogical meetings (seven remote conversation rounds and seven face-to-face artistic workshops). It involved nine students from a public university institution, aged between 20 (twenty) and 48 (fortyeight) years, among whom were some with serious academic difficulties: the researcher; a student majoring in Psychology receiving a scholarship for their participation in the project; and friends and family members of the students who eventually participated in some of the meetings. At the end of the action, an interview was conducted with a participant of the intervention who went through a process of academic disconnection and reintegration and was actively engaged in the extensionist action. The empirical indicators were gathered and organized into two intertwined dimensions of analysis: one institutional and one personal. The first comprised the analysis and discussion of the meanings co-constructed by all members of the project/intervention—including the researcher—concerning university culture, with emphasis on the tensions and frictions inherent in everyday practices and relationships. The data were systematized in four scenarios, highlighting the tensions, ambiguities, and feelings of ambivalence inherent to the polyphony of the group at the frontier between university and society: 1) extension students and teachers in the classroom and in other teaching-learning spaces; 2) extension students and their colleagues in the classroom and in other spaces of coexistence in the university; 3) extension students in the student collectives and in other policy-making spaces within the university; and 4) extension students, friends, and family members: on the border university and other sectors of society. The second dimension is a case study about the student interviewed. Initially, a characterization of the student was made and, subsequently, the analyzes of their development processes were exposed. The extension project/intervention, built in solidarity with those involved and committed to the dialog of subjects and knowledge, favored the visualization not only of the narratives of success and emancipation, the "A side", celebratory, linked to the idea of modernity deeply rooted in universities; but also its "B side", dark, antidialogical and prejudiced, which collaborates to promote dehumanization/coloniality. More importantly, the second dimension attests that active participation in the project enabled the interviewed student, the emergence of a decolonial attitude, characterized by the production of new meanings in the face of the established ambivalence. More open to dialogue, respectful with yourself and responsible – in short, agentive, in coherence with the future she imagined, the student interviewed assumes that she will occupy the university, despite the silences and exclusions. The date demonstrated that the promotion of dialogic practices in public universities favors humanization, and concomitantly, can contribute to the integration of students from groups historically excluded from higher education, such as those who co-constructed this study.
Unidade Acadêmica: Instituto de Psicologia (IP)
Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento (IP PED)
Informações adicionais: Tese — Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento, Programa de Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Escolar, 20213.
Programa de pós-graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Escolar
Aparece nas coleções:Teses, dissertações e produtos pós-doutorado

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